Resto de Tempo

Nas mãos do menino

que prepara a pandorga

e joga em silêncio

o voar de um desejo

recrio pra mim

um passado segredo

sem medo do vento

que muda a estação.

Baladas de outono

milongas de espera

cantigas de inverno

toadas verão

canção natural

das manhãs primavera

verdades sonoras

de um mundo interior.

Gadinho miúdo

na beira da estrada

cheirinho de almoço

sabor ilusão

paixão domingueira

luares, estrelas

olhares perdidos

acenos de adeus.

Maria Fumaça

cruzando caminhos

caminhos cruzados

destino poesia

nas mãos do menino

que empina a pandorga

um resto de tempo

pedaços de mim.

Marco Araujo
Enviado por Marco Araujo em 18/12/2006
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