BELÉM, MEU AMOR!
Belém, morena trigueira,
cabocla do meu Grão-Pará.
Gosto de ver faceira,
sempre e sempre hei de te amar.
Tua igrejas e praças,
teus sinos e tradições,
contém muitas, muitas graças
que cativam os corações.
Tua cozinha variada
que me dá água na boca,
tem feito gente, e não é pouca,
ir daqui maravilhada.
Teu pato no tucupi,
farinhas e tracajá,
cupuaçu, bacuri,
manga, açaí, araçá...
Casquinho de caranguejo,
ai que vontade que dá
de matar o meu desejo
na cuia de tacacá.
Jambu, camarão, uxi,
umari e biribá,
taperebá, muruci,
tanto pra saborear!
Tem banhos de igarapé,
passeios ao rio Guamá,
tem o Forte do Castelo,
onde tudo começou.
Tem carimbó, siriá,
pra quem nunca rebolou.
Tem serenatas na Sé,
Ver o Peso, beira mar.
E o Círio de Nazaré
pra quem gosta de rezar.
Mesmo querendo, não consigo
tudo, tudo enumerar.
Do meu berço belo e amigo
tem-se muito o que falar.
Sempre espero que apareça
gente que lhe dê valor;
e que cada vez mais cresça
por Belém o nosso amor.
Afinal, muito merece
nossa cidade mimosa,
que no mapa resplandece
entre todas mais formosa.
É Belém, das tradições,
do folclore e arraiais.
Terra das recordações
que não se esquece jamais.
Vem, minha gente, vem ver.
Vem pra Belém do Pará.
Não irão se arrepender
isso eu posso assegurar.
* Premiada no concurso em homenagem ao aniversário de Belém do Pará, em 12 de janeiro de 1988.