Gonzagão o rei do baião
Neste ano do centenário de Luiz,
O fruto bendito do senhor Januário
O nosso saudoso Gonzagão
Quero eu, que não sou cantador,
Nem sanfoneiro, vaqueiro,
Repentista ou mesmo nortista
Por meio de minhas rimas
E como bom brasileiro que sou
Prestar esta seleta homenagem
A um grande, cabra da peste,
Gonzagão o nosso rei do baião
Que nasceu no sopé da Serra de Araripe
Em Exu no sertão de Pernambuco
Homem que nunca abandonou suas raízes
Um autêntico representante
Da cultura nordestina
Acompanhado de seus instrumentos
Sanfona, triângulo e zabumba
Com fé no seu padinho Cícero Romão
Gonzagão o rei do baião
Tocou o sertão, como uma oração
Sanfonou xote, forro, xaxado e o baião
Ele, Luiz que ainda jovem
Deu baixa no exército
Se indo como um bom soldado
Que o país perdia
Mas sorte a nossa e do povo
Que ganhava o mundo
Um grande artista
E na baixa meretriz no Arco da Lapa
O rapaz não se envergonhou
Cantou, tocou e encantou
E quando dele menos se esperou
Ao Brasil o músico se apresentou
Ele mesmo o grande sanfoneiro Luiz,
O fruto bendito de Januário
O Gonzagão o nosso rei do baião
E agora para findar
Esses humildes versos
Sem métrica, mas com rima
Eu venho e me despeço
Mas ainda teimando
A ouvir na rádio Nativa,
A só mais uma linda melodia
“Asa branca” a imortalizada canção
De Teixeira e de Luiz,
Sim, o Gonzagão
O nosso eterno rei do baião