Vida de Maria...

Jambo me deu a honra de escrever este texto em parceria e espero que vcs possam se deliciar (com o texto) tanto quanto eu...

abraços

***********************************************************

Lá vem ela desfilando

Na avenida da vida.

Cantarolando para espantar a tristeza.

Tem um charme encantador no bambolear dos quadris.

Um riso estampado na cara,

Fazendo pirraça.

Feliz,

Como se a vida,

Fosse um eterno carnaval.

Chama-se Maria,

Maria a santa,

Maria igual a tantas ...

Não tem medo de nada.

É forte, impetuosa.

Mas se rende aos braços

De um malandro qualquer

Que sabe que ela,

em matéria de amor,

É tão frágil como qualquer mulher.

Lá vem Maria,

Minha preta Maria,

Que não conhece as cinzas da quarta-feira.

Que dribla com jeito

O preconceito da linda cor Jambo.

Que ama a vida,

Apesar das feridas

Que ela lhe causou!

Agora, lá vem ele,

Brincando com a bola,

Seu único exemplo num país cheio de vida.

Chutando, quebrando vidraças.

Maria dribla a tristeza,

Ele, simplesmente não a conhece.

Maria também não o ensina.

De sangue vem a ginga nos quadris.

A velocidade é coisa de aprendiz.

E como se o barulho dos vidros,

Fosse de Maria o Carnaval.

Era pra ele, o sinal da largada.

Seu nome, ah sim!

É João.

Zinho.

O levado.

Filho de bom malandro que é,

Adora doces,

Mas nunca os roubou,

Mas seu tonho,

Do mercado,

Não tira o olho,

Talvez pela inveja,

Da extrema beleza

Da cor Jambo.

Eu por minha vez, também ando desfilando,

Com meu único terno branco e chapéu,

Que meu pouco dinheiro comprou

Se tenho ainda a corrente de ouro,

É porque Jorge de herança me deixou.

Sou simples malandro,

Desses que sem o nosso Amado defensor

Estão se acabando,

Mas levo meus dias assim,

Na capitania do amor,

O qual Maria me entregou...

Fiel sou, diferente de um verdadeiro malandro,

Afinal depois que João chegou,

Eu, esposo de Maria,

Só posso apenas curtir o título de aposentado,

Porém, eterno Malandro da Bahia.