ENGARUPADO NA SAUDADE

Campereadas com o pingo pelo pampa,

Na lembrança tão somente vão ficar,

A boiada disparando campo a fora

E o berrante anunciando o aquietar;

Quando o sonho era verdade,

Quando a lua era clara

E a única tristeza era partir.

Lá, distante, a saudade era amarga,

Adoçada com o mate e as lembranças;

Embalada no choro do violão,

Se tornava bem mais fácil suportar;

Quando a terra sobranceira

Das gentes fazia irmãos

E a única angústia era esperar

Na chegada, a garupa vinha cheia

De saudade dos amigos e da prenda

O churrasco no braseiro e a chimarreada,

Um gaiteiro e a bailanta madrugava;

Quando a noite era serena,

Quando a vida era boa

E a mais doce esperança era voltar.

Wilson do Amaral