AINDA NÃO
AINDA NÃO
Ando pela madrugada
Nas ruas maltratadas, centenárias...
Absorto
Piso no luar refletido
Nas pedras claras, geométricas
Solto
Vago pela história
Nas memórias acatadas, esquecidas
Tonto
Falo com alguém
Nas esquinas tortas, silenciosas
Puto
Jogo minha crítica
Nas construções verticais, absurdas
Lento
Volto à minha casa
Nas aléias de oitis, únicas
Quieto
Entendo a nostalgia do poeta
Sinto-me então feliz
Por estar assim
Nos balanços de minha rede
E Leopoldina (ainda)
Não ser para mim
Apenas um retrato na parede!
Leopoldina, MG, 05 de fevereiro de 2001.