TRISTEZA DO JECA
(Ps/207)
Solta a sua canção pelas veredas
Onde o vento ecoa e a prolonga
Passos pesados firmes de labuta
Fincados no pó da estrada e solidão.
Suores, constância cotidiana
Sob o chapéu de palha desfiado
Pensamento chora uma saudade
Firme prossegue em sua lealdade.
Ergue seu olhar pequeno e nota
O tempo que o cansou no seu intento
Sem sonhos retorna ao rumo
Do rancho de palha que o conforta.
Gamela de água o espera
Pitando seu palheiro, avista longe
Luz tépida pelas frestas, o candeeiro
Única luz da noite e seu horizonte.
Diante da cruz no prego pendurada
Sinal da Cruz, berço, conselho antigo
Mata a fome e reza no seu postigo,
Lembra triste a cancão do pai
Que aprendeu menino!