Como vai, minha fia?
Desde pequena
ainda menina
ouvi Severina
de dona Helena.
Cantava serena
cheia de graça
o povo na praça
sentia alegria.
Como vai, minha fia?
Bem, de Deus a graça.
Quem escutava
sua vozinha
tão fininha
nem suspeitava
que ela estava
em desgraça
dizia: Isso passa.
Eu quero poesia!
Como vai, minha fia?
Bem, de Deus a graça.
Tava doente
caso perdido,
sem sentido,
infelizmente
Que foi, minha gente?
isso não trespassa
só por pirraça
se disser a leucemia
Como vai, minha fia?
Bem, de Deus a graça.
Um dia ela se foi.
Como uma menina,
nossa Severina
parecia dizer oi
Ela veio e se foi
encheu a taça
com o canto de garça
e de nostalgia
Como vai, minha fia?
Bem, de Deus a graça.