Ao Sal e ao Mar de Cabo Frio

Ó mar salgado,

Quanto do teu sal fora retirado.

São lágrimas de um fim salineiro.

Ao te cruzarmos,

Quantas mãos foram usadas no sal

Junto a ti.

Quantos filhos de mães

Choraram e rezaram para que as salinas

E o mar não virassem

Imagens antigas da vida.

Quantas mulheres ficaram por casar...

Para que fosses nosso.

Ó mar salgado

Valeu a vida? Tudo vale para a vida!

Se o espírito não é pequeno,

Quem quer ser um salineiro

Ou um marinheiro?

Tem que passar além dessa dor...

Adeus ao mar.

Ao perigo,

Ao sal da vida, dos riscos.

São neles que olhamos

A imagem do horizonte, do céu,

Onde não cabe o pensar.

(Rodrigo Octavio Pereira de Andrade é poeta cabo-friense)

Poesia publicada no Jornal de Sábado

Rodrigo Poeta
Enviado por Rodrigo Poeta em 19/04/2007
Reeditado em 06/07/2008
Código do texto: T455219
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