NA BEIRA DO RIO

Entre os matizes do dia,
Estranha, árdua vida,
Vertentes de Minas Gerais,
Lavadeiras envolvidas,
Pelos ventos de incertezas,
Pelas limitações rurais,
Lavadeiras aguerridas,
Sobre a correnteza.
Entre uma peça de roupa e outra,
Compartilham harmonias,
Sentem as almas soltas,
Com angelicais levezas.
E cantam e cantam e cantam...
Proporcionam imagens transcendidas
Ignoram as profundezas,
Do seus multiplicados ais,
Se irradiam, se emocionam,
Sonham que são princesas,
Que a pobreza, não há mais.


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SONHOS

 São matizes variados,
que me deixam deslumbrado,
olhando as lavadeiras,
na sua faina grosseira,
na beira da cachoeira,
lavando, lavando...
e sonhando.
Vão seguindo a correnteza,
sonhos plenos de beleza,
alegres, alvissareiros...
Proibido, sei, não é,
lavadeira bate o pé,
para ela é verdadeiro.
Não deixam o sonho de lado,
esperam o príncipe encantado
que, em seu corcel alado,
há de vir, face a sorrir,
 libertá-las da pobreza.

(HLuna)