LUGAR ONDE NASCI
A Paineira Clara

Deixo
Meu pé de caqui,
Branco e chocolate!
Fecho
A porteira da chácara...
Os abacates amadurecem,
Pera d'inverno demora.
Inda ouço as carpas
Olhando fora,
A espera
Atentas
Dum bocadinho de pão...
No paiol a sacaria
Descansa
Mas,
As uvas nos cachos
Me olham tristes, o mundo
Todo mudou, é outro, nada mais
Se liga, nem enxerto...
O lugar,
Aquele lugar
Doce e quieto onde
Guardo  os meus sonhos
Ficou perdido onde
Sempre esteve...

Fecho, deixo
A porteira a ranger atraz,
Mas ela, Clara, teima, me acompanhar,
Tem vento e suas nuvens apelam,
Brancas carregadas
Com sementes
Veem caindo
Sem parar,
Sem sossegar,  me interpelar...

 

*
Enfim é ano novo quem sabe?
Ela agora consiga ouvir meu coração...
*



Brasil - Associação Internacional de Poetas
Walter de Arruda in memorian e Para: Enamorada
Enviado por Walter de Arruda in memorian em 01/01/2015
Reeditado em 10/02/2015
Código do texto: T5087012
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