SAUDADE DE OUTRORA
(matuteando)
Conde meus zoios te oiam
Mim vem logo na lembrança
o tamãe da tua pança
Conde tu tava buchuda
Tu toda inchada í zoiuda
Pariceno uma cabrita
Usano um laço de fita
Nu pescoço um trancilim
E o teu cabelo rim
Vermêi í arrupiado
O teu vistido rasgado
Mermo in riba da bunda
E tu toda maribunda
Pariceno uma jumenta
Já pingano pela venta
O suó que que vêi da testa
Ô cachorra da mulesta
Minha perdiz, minha pomba
Me alembro da tua tromba
Os teus zói chêi de remela
Tu sigurano uma vela
Pa mode alumiá
O tacho di mungunzá
Que tu fêis pá nóis cumê
O azeite di dendê
Aquela banha di póica
Pá í Pa casa de joca
Que tu butô nu cabelo
Eu pariceno um camelo
Tu pariceno uma vaca
Nu ôto dia a ressaca
Nóis só ficava drumino
Tú sôiano cum u minino
Qui já tava incumendado
In teu barrigão guardado
Cuma um jirimum num saco
Aí me alembro í impaco
Inté parêço um jumento
Vorta in meu pensamento
Aquele tempo passado
Fico mêi angustiado
Mais minha veia mim diz
É isso mermo meu veio
Nóis sofre mais é filiz!
Roberto Basílio, Em 02/09/2000