Calhas da História

(a Dom Erwin Krautler, Bispo da Prelazia do Xingu)

A voz vem de cima:

da dança

do pensar

da cultura

das matas

do Norte.

A caneta assina

sobre

as calhas da história

- na página rubro-amarela -

as dores distintas

de nossa enormidade:

O Brasil é injusto

e a todo custo

seu dispêndio

o faz brasil.

Nem se dá conta

de que o calor original

de seu nome

está no rosto

Nortista

e Nordestino

onde se encontra o sorriso

e a opressão

da história malvada

que nos massacra.

Nossa sobrevivência

constrói-se na esperança

moradora

na periferia

da lembrança

de nossos governantes.

Moramos no centro das utopias...

Um dia em nosso rosto

derramar-se-á um sorriso límpido

sem a ingênua ironia

que nos fizeram

fingir ser de nossa alma nortista-nordestina.

E nosso canto

hoje

soluço de dor

(apenas)

não mais será imposto,

mas natural

como nossas belezas

e, cantaremos...

a música de nossa nova história

com nossa letra

- em nossa composição -

na divina melodia

de nossa liberdade

entranhada em nossa

luta

cultura

esperança

independência

fé.

13 de julho de 2006