NO CERRADO
(Bimestre 1)
Por Sandra Fayad
 
Se a cidade se ressente
do frio durante a noite,
de dia o clima é quente
e o ar é seco (de junho a outubro).
Brasília é feita de gente forte,
com lábios e pele ressecados,
cabelos quebradiços ou sem corte,
que sente sede ao sair de casa
com casaco no braço
para apanhar um transporte.
 
Junho é festivo na Capital
com São João pra todo lado:
escolas, clubes, parques, blocos
e até em gabinete climatizado.
Bandeirolas coloridas e forró,
quentão, canjica, pé de moleque
É o nordeste sempre no foco.
 
Em julho ficou melhor ainda.
No primeiro fim de semana,
pra provar que não falta nada,
nasce a praia de verdade,
com leves ondas na enseada.
Um drible à falta de umidade.
Tem areia e até conchinha,
água de coco, guarda-sol,
queijo coalho e cervejinha.
 
Mas julho tem muito mais.
É música pra todo lado:
ao Parque da Cidade, Olhos D'água,
e a mais de trinta parques da Unidade
converge uma multidão de fãs.
De manhã à noite no cardápio
há também feira de artesanato,
capoeira, poesia, acarajé,
dindin, picolé, milho assado,
e tapioca na frigideira.
Festa perene sombreada,
pelos galhos secos e tortos
das árvores do cerrado.
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 05/07/2015
Código do texto: T5300932
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