FELICIDADE MATREIRA 

As águas do paranã inundavam
Os primeiros esteios da choupana
E o cabôco equilibrava-se na canoa
Para dar a sua tarrafeada certeira 

Maria sentada no assoalho...
Sonha seus sonhos impalpáveis
Fácil poetizar sua vida ribeirinha
Intangível versar suas inquietudes

Nas malhas da pesada tarrafa
O sustento para a família 
Da última fornada ainda resta...
Um alqueire de farinha pro pirão

Ah, lembranças interioranas
Hoje me golpeiam com saudades
Do peixe no caldo branco
Do nosso caminho do porto

E os grandes baldes de cueira 
Que carregávamos água
Quanto curumim tuíra! 
Feliz com a vida matreira.

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Créditos:
Tela PROEIRO PESCADOR: Por Rubens Belém 
Texto: Fábio Ribeiro