Da terra de onde eu vim.
Da terra de onde eu vim
Pode num ter gente estudada
Num ter gente com anel no dedo
Nem gente engravatada.
Ninguém tem celular da maçã
Nem tem motona, ou carrão
Não tem conta na suíça
Nem muito menos mansão.
Conta nos dedos os que tem
Moto ou carro zelado
Que tem uns tostões no bolso
E que não tem aluguel atrasado.
A cidade de onde eu vim
É uma cidade pequena
Mas o povo tem língua grande
Fala a primeira coisa que pensa.
Mas não pense você
Que falam por maldade,
As fofocas rolam mesmo
Pra animar a cidade.
Aquele povo de pé no chão
De um sorriso meio lado
Tem na pele e na mão
As marcas do chão rachado.
Grande parte analfabeta
Mas que tem muito a ensinar
Pois a escola deles foi a vida
A melhor escola pra estudar.