Trajetória de um noredestino
Povo cheio de munganga
Somos nós nordestinos
Colecionamos peripécias
Desde os tempos de menino.
Nordestino quando nasce
Não chora que nem os otos
Mostramos é nossa gengiva bangela
Já mangando da cara do povo.
Quando vai aprender a andar
Da logo seus trupicão
Vai andando trambecando
E arrancando do dedo o tampão.
Ao dar as primeiras palavras
Aprende dois Português
Um mais ajeitadinho
E o nosso Nordestinês.
O sotaque é conhecido,
Com a fala arrastada
Vez por outra se acelera
Para dar uma patada.
Temos essa velha fama
De ser um povo respondão,
Pois quem nasceu com vergonha na cara
Não leva desaforo para casa não.
Mas educados, nós somos muito
Difícil se ouvir um palavrão
Invés disso fazemos uso
De outros velhos chavão.
É um tal de fí de uma quenga ,
Homi vá se lascar
Vá para baixo de uma égua
Um caixa de prego chupar.
E nesse ritmo seguimos
Desse jeito diferente
Contando nossas histórias
Em poesias, cordéis e repente.