INFINITO OLHAR

O retangulismo dos casarios,
As serranias, as travessias, os rios.

As igrejas realçadas,
A comida bem temperada.

As canções, as projeções, as feiras,
A gente desconfiada, mas, hospitaleira.

O vento, a dança das nuvens,
As linhas férreas, o barulho do trem.

As madrugadas ornadas de neon,
As riquezas da terra marrom.

A atmosfera, as quimeras de fatura,
As nervuras peculiares da cultura.

As memórias, a história, as vitórias,
A dinâmica trajetória.

As esquinas, os poetas, os sertões veredas,
O Belo Horizonte, as alamedas.

Ah! Minas; tenho tantos motivos pra te amar,
E amo, derramo sobre ti, um infinito olhar...

Porém, me colocas na alma, uma sofreguidão,
Nos traços da tua glória, há sangue da escravidão.