Lavoura da margem

Sobe o São Francisco

Encharca de Nilo cada poro agricultor

Reflete ágil cada detalhe

Dos seus locatários, dos seus protegidos

Cultuando no palco da terra

Uma adoração discreta ao Senhor

Agradece descanso

Presenteia pressa

Já pensando na remessa

De mamão pro interior

Desce Nilo, cresce o trigo

Respira a água

A semente arrisca, se ergue em flor

Cresce alta, sangra seiva

Alimenta

Nutre palavras e destinos

Açúcar, pão, caju, cevada

Pra fermentar fome e destilar amor

O céu encerra seu ciclo

Tristeza assoreada no Velho Chico

Reflete na vela da embarcação

Na margem, a mão calejada

Ergue enxada

Com carinho de quem despe

Revolve areia, disseca chão

Espalha benção na Terra

Garante mandioca, milho e razão