Canto á Canta Galo
Quem sabe até os anjos do Criador
Que não sabem ainda o que é cobiçar
Se olharem bem podem até desejar
Morar em um lugar como o deste interior
Onde nem algumas nuvens alcançam
Passar dos cumes onde descansam
Pessoas de sorte, desta terra superior
Onde o ar puro e o vento suave são costumeiros
E as belas araucárias e os eucaliptos cheirosos
Adornam a paisagem dos montes ditosos
Condizendo com o coração do mateiro
Que vive e cria seus filhos com amor e humildade
A despeito da tão vil e contraria realidade
Da maioria dos pais do mundo inteiro
Terra especial que me encantou o pensamento
Com todos os seus primores e diferenciais
Onde o ar, o clima, a água e a vista são especiais
E tudo o mais me desperta o sentimento
Há se não fosse a minha pobre condição
Que mal me alcança a cada dia o pão
Viver ali seria o meu contentamento
Mas Cada obra tem seu tempo determinado
Hoje sou só um pobre acadêmico
Encantado com este espaço edênico
Que de tão belo me deixa desconcertado
Ser jovem e poder comprá-lo me dão esperança
Mas o só o contemplar já é bem aventurança
Ainda que arda em mim o desejo demonstrado
Que em mim começou a arder como fagulha
Que se nutriu pelo olhar e sentir, vagarosamente
Até que cresceu e se tornou chama ardente
E começou a queimar e pungir feito agulha
A admiração desta terra tão linda e ditosa
Que nos deixa na alma a cobiça saudosa
De retornar a Santo Antonio da Patrulha
Sim, é de Santo Antonio da Patrulha
Esta terra do interior e de mil primores
Que desperta em quem a vê mil amores
Como chama ardente ou como fagulha
Encanta a qualquer um que a contemplar
Quem sabe um dia ainda será meu lar
O Canta Galo que a tantos orgulha