SEM SORTE
Nesta caminhada
seca, arenosa e poeril...
apenas o céu cor de anil....
percebe-se o gosto de um povo
pronto para o abate, adestrado....
andando, passo a passo rumo ao passado.
anos e anos de escravidão
em troca de fome, miséria e feijão...
busca-se a eterna liberdade santa
santíssima vontade de respirar o aroma de uma inocência
livre em pulos, livre em vida, livre em doce cantiga...
pele enrugada, marca do tempo
cabelos brancos escorridos,
muitos caídos....
liberdade em troca de sangue
luta em busca de paz
existem muitos que enganam
para perpetuar o que procuram
marca sentida
chibata maldita
feitor estendido
sonho libertado
de um tempo, em um espaço, de sofrida morte....sem sorte....