Sou a força

Sou filho da cultura

Sou brincante do sertão

Sou livre, sou escultura

Sou à força do perdão

Sou sua loucura

Sou o verde desse chão

A vida que luta e não cessa

Sou a nuvem que passa

E não chora

E o guerreiro do sertão

Deixa sua terra, vai embora

E com ele vai a saudade, a solidão

O gado morre

A asa branca se despede

Só resta o chão rachado

Mas a seca não impede

O Mandacaru cresce

Se chove, o verde aparece

Sou a dança, eu danço

Sou o teatro, eu enceno

Sou a alegria do palhaço

Que mesmo triste é feliz

Não sou de aço

Sou o que o meu povo quis

Sou o chão rachado

O Sol escaldante

Sou o verde

Que teima em sobreviver

Sou a força que me faz viver

Pablo Vinícius de Oliveira Albuquerque
Enviado por Pablo Vinícius de Oliveira Albuquerque em 16/08/2007
Reeditado em 18/08/2007
Código do texto: T610162
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