UM CANTO NO SERTÃO
Acorda! Terra de Sebastião.
Alumia ainda a lua, farol do sertão.
Apruma o urú, só por precaução,
Terra seca num dá grão não!
Leva a enxada p’ra acompanhar,
Pois fé num há de faltar,
Santo Expedito; Santo “Antão” há de olhar,
O povo que caminha com pesar.
Aperta o passo p’ra chegar ligeiro,
Olha o sol que chega todo faceiro!
E a terra avermelha feito braseiro,
Que é p’ra aquecer o pé do herói roceiro.
No sertão,
até brisa vira canção,
Na mão de violeiro, a lágrima irriga o torrão,
E no sorriso, a marca de espera, da tão sonhada plantação.