UM CANTO NO SERTÃO

Acorda! Terra de Sebastião.

Alumia ainda a lua, farol do sertão.

Apruma o urú, só por precaução,

Terra seca num dá grão não!

Leva a enxada p’ra acompanhar,

Pois fé num há de faltar,

Santo Expedito; Santo “Antão” há de olhar,

O povo que caminha com pesar.

Aperta o passo p’ra chegar ligeiro,

Olha o sol que chega todo faceiro!

E a terra avermelha feito braseiro,

Que é p’ra aquecer o pé do herói roceiro.

No sertão,

até brisa vira canção,

Na mão de violeiro, a lágrima irriga o torrão,

E no sorriso, a marca de espera, da tão sonhada plantação.

Quel Moura
Enviado por Quel Moura em 13/02/2018
Código do texto: T6252518
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