Barraco de zinco


A vida me apertou de tudo de ti,morena-flor!
Mas não deu sustento de alma ,
e fez desapego diario,de nossa medida de amor!

Raízes no coração,todas brotaram,e pegou mania
de ruminar tempo na margem de rio,
mas tens que descer canoa pra simples pescado,
Não atraca canoa inda não,
e recebes o transtorno da tarde vazia,
e imprópria à poetas e desces então;
Em barraco de zinco de morena-flor te lembras,
mas preparas lenhado a cozer pescado!

Já na rede e cigarro de palha,
te enternece quando chega o arrebol;
O repouso da tarde na varanda do barraco de zinco é
tua liberdade! Alforria também coração,demasiado calor,
e fervilha de estrelas a noite à mesmice da lua nova!

No barraco de zinco,amarrado ao que te findas,
preparas da horta chá de camomila e hortelãs,
quem sabe morena -flor sente saudades?!
Esta é tua condição de habitar mundo;
Vida é de breve palco!

Hoje,pelo pleiteio de colheita de trigo,tem que dormir ;
Não farás soneto beirada de lampeão,
difícil  campear fronteira entre dois corpos;
Breveza de vida no silêncio de cada coisa,
e dormes com coração batendo forte por sangria
de perder morena-flor,por puro descuido;
Bebeste em demasia tragos de absinto!!
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 29/07/2018
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