Rio Preto, fale-me de você
Eu era um vale perdido no verde
Índios coroados na terra faziam reinado
Maritacas alegres também dominavam
E rudo era quieto vazio de homens.
O rio sempre preto era rico em peixes
Depois...
Uma estrada surgiu, levando tropas
do Rio de Janeiro a Vila Rica
Serra do Funil caminho a seguir
A estrada ganhou movimento
As matas viraram cafezais
Casas surgiram se multiplicaram
Uma igreja se edificou.
No entanto.
Os índios desapareceram
Os cafezais? Eles morreram
Maritacas em bandos
Já não passam mais.
E hoje
Sou três palmeiras verdes, que balançam ao vento nas tardes de sol
Sou o rio que corre
Sou Três Biquinhas "quem bebe minha água aqui voltará"
Sou o Funil com minhas areias brancas
E trazendo saudade sou Lima Santos a passar
Sou Matriz Centenária
O colégio a desfilar
Sou Rua Larga, o parque infantil
Manhãs de sol nos morros arredondados
Sou cidade centenária que vive de esperança
Cidade centanária que vive a esperar...
10/03/1971 2º ano da Escola Normal para o Centenário da cidade de Rio Preto/MG