O poeta navegador

(Tomar banho no Rio é a coisa que mais gosto de fazer).

Aí de mim! Sem esse Rio caudaloso

São coisas que guardo no peito

Assim me sinto bem moço

Para navegar no seu leito

Como a correnteza que passa

Mas, que se desvirtua o caminho

E lá adiante se entrelaça

Com outros rios no seu destino

Esse enigmático Rio das Águas pretas

Que mais abaixo se encontra com o Solimões

Que banha Manaus nas suas facetas

Brotando agitados rebujões.

Nesse reboliço de águas pretas e brancas

Formando o Amazonas, nosso riozão

Mas, que só a branca avança

Jorrando agua doce no ribeirão.

Me dá prazer em seu leito navegar

A certeza em sua beira viver

Será a plenitude do verbo amar

E a inspiracao do poeta no alvorecer

Do caboclo que passa no rabeta

Ao Barco de Linha que sai toda semana

O A Jato que vejo da ribanceira

São coisas que não saem na lembrança

A derradeira arte que encerra

Essa longa caminhada nessa estrada

A volta aos anseios de minha terra

Nesse mar de rios, de amor e de poesias proclamadas.

José Gomes Paes

Poeta e escritor amazonense de Urucará.

Membro da Abeppa e Alcama.