Erva paradoxal

Erva paradoxal,

tua existência

nada, nem um pouco é normal:

de uns, sorvestes a vida,

enchestes de intrigas os ervais;

e os que deveriam ser cheios de razões

encheram os corações de peçonhas,

transformando-se em irracionais.

Do outro lado da anti-tese

tecestes as amizades

que, nas calçadas,

de manhã, à tarde,

de noite, nas madrugadas,

têm gente acalmando o calor,

ou se enchendo do outro: o humano.

Con la guampa, de mano en mano,

lá vai a erva

que, com a água fria

sacada de la nevera

esfria a alma

y amplía la frontera.

Obs.: Este texto é uma homenagem a esta bebida tão singular de nossa fronteira paraguaia que a cada dia se desfronteiriza e uma das causas é o tereré. Desde os tempos pós-Guerra do Paraguai, até os nossos dias, ela preenche o nosso cotidiano.

Aldair Lucas
Enviado por Aldair Lucas em 20/09/2007
Código do texto: T661023