LAMPIÃO E MARIA BONITA
A HISTÓRIA DE MARIA BONITA EM VERSOS
Maria Gomes de Oliveira, este é o seu nome verdadeiro,
Foi a companheira do Lampião, o cangaceiro;
Baiana, de Malhada da Caiçara, município da Glória,
Atual Paulo Afonso, que guarda esta memória.
Seu pai era o lavrador José Gomes de Oliveira,
Com quinze anos se casou, foi cedera;
Seu marido era um sapateiro, José Miguel da Silva,
Mas não deu certo, era só briga.
Em mil novecentos e vinte oito, se separou,
Para a casa dos pais, Maria retornou;
Lá conheceu o Lampião,
Quando ele e seu bando passavam pela região.
Filha de Maria Joaquina Conceição Oliveira,
Maria Bonita, quando viu Lampião deu logo bandeira;
A paixão foi reciproca, chamou a atenção de lampião,
Pela sua beleza e determinação.
Foi em mil novecentos e trinta,
Que provou que com ela não se brinca;
Passou a fazer parte do bando de lampião,
Se ingressando ao bandidismo do sertão;
Foi a primeira mulher no bando a se ingressar,
A parir daí, mais de trinta mulheres passaram a participar;
Tendo muito o quê encarar,
Tinha vida de nômades e policiais a enfrentar.
No período do Cangaço teve três crianças sem cuidar,
Obrigada a deixá-las e ao cangaço retornar;
O papel da mulher no bando era ser esposa e companheira,
E o do homem era sustentar e zelar pela bandidagem inteira.
Maria Bonita e Lampião eram um terror,
Em mil novecentos e trinta e oito, tudo se acabou;
Foram oito anos de convivência e criminalidade,
Quando um comerciante foi vítima da maldade.
Depois de ser torturado pelo bando de Lampião,
O comerciante Pedro Cândido entrou em ação;
Revelou para a polícia o esconderijo do salteador,
Agindo de surpresa, a polícia desbaratou.
Na Grota de Angicos, em Sergipe, estavam lá,
Onze não conseguiram escapar;
Entre eles, Maria Bonita e Lampião,
Mortos e decapitados sem compaixão.
Em um museu na Bahia,
Todo mundo via,
Suas cabeças expostas mumificadas,
Só em sessenta e oito foram enterradas.