BALADA DE UM SERTANEJO

Saio de casa ainda é madrugada,

Porém não reclamo a minha sina.

Há muito que eu corto a estrada

Longa e não sei onde termina.

O alazão sempre foi meu camarada,

À noite, a lua é o sol que clareia;

Me escondo da onça pintada

Que aparece na lua cheia.

Assim vou seguindo a jornada,

Faço do berrante a busina.

Entro na mata encantada,

Buscando água cristalina.

Eu durmo na rede rendada;

Quem me deu foi o meu amor.

Sim, foi presente da amada,

Que no inverno é o cobertor.

Mulher, amante e namorada,

É moça, musa e menina.

Às vezes, é rainha, outras é fada.

O som da sua voz me alucina.

A vida sem você amor é nada,

É zero à esquerda sem valor.

Sou andarilho que vaga sem parada,

Que conhece tão somente o amargor.

Esperança vai de mão dada,

Canta amor e não desafina..

Em segredo leva a espada

A camuflada em carabina:

Sertanejo: tudo é uma cilada.

Roberto Jun
Enviado por Roberto Jun em 08/12/2020
Código do texto: T7130568
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