Homem do sertão

Sou viajante, andarilho

Ser livre a vaguear

Não pertenço ao mundo

Sou do tempo a sonhar

Vivo intensamente

Vivo bem devagar

Inspiro e expiro

O importante é respirar

Vim da terra batida

Do sol escaldante

Onde a seca é presente

E a dor dilacerante

A mãe alimenta os seus filhos

Enquanto lhe falta o que comer

O pai vem com as mãos calejadas

A pele marcada

De tanto sofrer

Sacrifica o teu pão

Sacrifica o teu choro

Para com um sorriso

Se compadecer

Sabe amar nessa lida

Mesmo com a dor já vivida

Sem jamais se esquecer

Que do suor dessa terra

Do trabalho e da luta

Viveu mais ,sem viver

E eu teu legado

Sigo sempre em frente

Mesmo árduo

Mesmo urgente

Pertencendo a essa terra

Mesmo sem nada me pertencer

Ingrid Vale
Enviado por Ingrid Vale em 24/03/2022
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