NO SILÊNCIO DO HOSPITAL
NO SILÊNCIO DO HOSPITAL
No silêncio do hospital
Muito pode ser ouvido:
O cantar dos passarinhos
Rolinha, beija-flor, pardal
Tem tantos pássaros cantando
Que juro ouvir um rouxinol
E quando os pássaros não cantam,
Escuto o canto da cigarra
Que ecoa aqui, nos fundos do Hospital
Da janela onde me encontro,
Do quarto onde estou,
Escuto até um galo que canta – coitado
Acreditando participar de um festival
Porém o canto mais alto que escuto,
Com certeza é o da cigarra,
Que sonoramente canta
E como canta!
Seu canto mais parece um coral.
Aqui no meu sertão tem muita simpatia...
E tem uma que escutei faz uns dias...
Dizem que quando a cigarra canta
A chuva ela espanta..
E nós sertanejos sofredores,
Já estamos em busca de cisternas e tambores
Pra encher nossas vasilhas
Com as águas que caem do céu
E é essa a prova de reconciliação
Que ficarão em lua de mel
As chuvas e o meu sertão!
Martiniana Ferreira 26-11-2007
(No hospital acompanhando Roberto)