As Desventuras de Um Vaqueiro
As Desventuras de Um Vaqueiro
À sombra de um Juazeiro.
Um jovem e humilde vaqueiro.
Confessa a um amigo
as suas mágoas.
Em tons de uma toada.
Lavou seu rosto de lágrimas
Do seu coração sofredor.
Amava muito a mimosa Maria.
Mas, ela tão sensível e desligada.
Que não entendia nada!
Do sincero amor, que o jovem sentia.
Vaqueiro, tão corajoso,honesto e lisonjeiro.
Acontece que o bondoso Antônio.
Pensou melhor na sua história.
Rezou e pediu a Nossa Senhora.
Muitos conselhos e muitas bênçãos!
Embora constrangido, pediu abrigo aos amigos.
E aproveitou a estiagem e comprou uma passagem.
Mais feliz, arrumou sua pequena bagagem.
Despediu-se da família e foi para outra terra.
E assim, deixou o seu querido Nordeste.
Embora, a nostalgia do torrão silvestre.
O fizesse novamente um pequeno sofredor.
Foi trabalhar na área da construção.
Mesmo com animação, dormia com pouca acomodação.
Esqueceu as boas e competitivas vaquejadas.
As festas, os aboios e as emboladas.
Os lindos arreios, os chapéus e os troféus.
E nas suas horas vagas, abria a janela
Pegava a viola e lembrava da Maria.
E embora ainda com nostalgia, em sua cantoria
Tentava esquecer seu grande amor.
Sandra Cunha.