De Curitiba à Macapá
Estava pela rua,
Tranqüila passeando.
Já havia me esquecido,
Do maldito Dilermando.
Ele tinha se mandado,
Disse que não me amava.
E antes de ter me largado,
Conheceu a Marinalva.
Conheceram-se em um puteiro,
Ele era marinho.
Marinalva prostituta,
Pediu-lhe um dinheiro.
Ele disse:
"Dinheiro não te dou,
Se quiser vamos trocar.
Para eu ir embora,
Você vai ter que me dar!"
Marinalva deu a bunda,
Ao meu amado Dilermando.
Deu-lhe um beijo na boca,
E disse:
"Acho que estou te amando".
Dilermando apaixonou-se
E com ela quis casar.
Compraram uma casa,
No porto de Paranaguá
Tiveram duas filhas,
Carolina e Tayná
Que depois de quinze anos,
Outro marido meu vieram a roubar.
Eu não agüentei e resolvi me vingar.
Na rua XV gritei:
"Suas putas, filhas de outra puta
Eu vou lhes matar".
Procurei Carolina e Thainá
E com um caco de garrafa de guaraná,
Cortei os seus pescoços
E fugi pra Macapá.
Hoje eu sou feliz,
Pois foi em Macapá,
Na mesa escondida em um boteco,
Que eu descobri
As delícias de um cola-velcro
E hoje estou casada
Pela terceira vez.
Ela chama Marinez
E não vai me deixar,
Não vai me largar
Por nenhuma puta pobre de Macapá.