Deixa-me

Deixa-me beijar seu rosto, acarinhar seu corpo,
Deitar seu corpo desperto
Pelas minhas mãos sedentas
No lençol branco da cama
Na doçura ofegante
Daquele solavanco com falta de ar!

Deixa-me beijar seu rosto, acarinhar seu corpo
Mãos e lábios frementes a incitar desejos
Nesse seu corpo que me rala
Do seu aninhar-se nos meus braços
No seu ninho, como gata, como fada,
No calor do seu abraço.

Deixa-me beijar seu rosto, acarinhar seu corpo
Debulhar seus sonhos
Consumir seu frio
Transtornar seu tempo, consumir-me,
Jorrar-me numa golfada quente
No calor do seu abraço.

Deixa-me beijar seu rosto, acarinhar seu corpo
Nesse seu corpo que me envolve
Nessa sua boca, que traz nos lábios quentes
O mel para adocicar os meus, com seus beijos.
Deixa-me ouvir/bebendo
Da sua voz recortada o suspiro envolvente.

Deixa-me, sobre você,
Saltar, gemer, gritar,
Penetrante, abraçado, enganchado,
Como se eu fosse um cavaleiro ardente
Galopando fogo
Neste frenesi que te faz chorar baixinho.

Deixa-me beijar seu rosto,
Enlaçar suas mãos às minhas
Na fragância do seu perfume, embriagar-me,
Alojado em seu corpo
Descansar querendo mais
Sempre mais.