CORPOS EM DESEJO

Emerso, ao teu desejo mais puro,

entrego-me ao teu almejo,

e deixo-me guiar pela vontade

premente, de uma lasciva paixão.

A manhã tem janelas e bambinelas,

espreitando o nosso amor,

como brisa suave que se oculta,

para que os amantes se encontrem.

Chilreios de pássaros, anunciam o dia,

nas pálpebras de nossos olhos,

que a meio à escuridão, dos estores

caídos, se procuram em pura emoção.

Há um silêncio respeitoso, na casa

grande, e entre carícias mútuas,

descobrimos o segredo, de nossos rostos,

tacteados por mãos ávidas e carinhosas.

Por entre beijos, que nos denunciam,

somos como o mar, enrolando

na areia, num vai e vem persistente,

de um libidinoso fogo, que nos queima.

Roupas jogadas ao acaso pelo chão,

são demonstrações, de nossa entrega,

por entre fluxos e refluxos,

de peles que se confundem, uma na outra.

E saciados e completamente felizes,

trocamos promessas, no auge de um secreto

ânimo, em que a cumplicidade

nos cumpriu e fez-nos objecto de nosso amor.

Jorge Humberto

15/08/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 15/08/2011
Código do texto: T3161362
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