PERVERSA

Te olho languidamente pelo espelho
Passo meu batom carmim
Calço vagarosamente meu Luiz 15 preto
Ajeito a cinta liga com uma perna sobre a banqueta
Dou um último retoque
Nas rendas rubras do decote
Teu olhar é água turva
Tua boca um enigma
Teu corpo é mar furioso
Nossos pensamentos ecoam à meia-luz
_Fica! “Você diz”.
Apanho a bolsa de veludo
Saio deixando um estrondo na porta.