Um ciclo de desejo

A fome e o alimento, em sinergia,
percorrem as nuances do desejo.
A boca, entreaberta, engole o pejo
e atiça ao mesmo tempo que sacia.

E os amantes varam a noite fria,
e crepitam, qual fogo na lareira,
as rubras flamas, tórridas fogueiras,
até o sol raiar um novo dia.

Dos corpos nus exala a poesia,
que arrefece a febre da paixão
e acalma, até chegar à lassidão,
a ânsia que a noite inebria.

E dormem, finalmente, saciados,
e sonham com o clímax da paixão,
e docemente, enfim, se dão as mãos
pra consumar o sonho, acordados.

Quando o amor se livra dos pecados
os homens e mulheres morrem sãos.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/04/2012
Reeditado em 29/02/2020
Código do texto: T3594804
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