Divina gula sensual

Quero pecar agora só com você

Colado ao teu corpinho macio

Ficando todo à tua inteira mercê

Magnetizado pelo imã do desvario

Passeando meus lábios famintos

Por essa tua pele doce e sensual

Indo manso, intrépido e completo

Roçando ternuras... Afagos... Impulsos

Cobrindo-a de carinhos plenos e repletos

Sentindo fraquejar as pernas e o pulso

Entrelaçando nossos lábios sedentos

Em longos... Demorados... Beijos e abraços

Vislumbro uma virtuosa gula... Selvagem!

Arrepiando dos pelos às minhas entranhas

Na fome incontrolável e insana derrapagem

Nas suas sinuosas curvas... Que se assanham

Colidindo os meus mais ardentes desejos

Hipnotizado pelo fulgor... Trêmulo... Enlouquecido

Imagino então frescores de hortelã... Mentolados

Saindo do veludo de sua boca escondida

Nossa mente eletrizada... Enfeitiçada

Entoando as delícias do amor soberano

Ouvindo... Silenciosos... O som do coração

Que batuca em estado de espiritual devoção

Está musicando... Compondo... Criando...

Editando canções maviosas e ébrias de emoção

Na magia serena da mais bela arte refinada

Que só duas almas apaixonadas conseguem intuir

Nesse cenário de sedutores encantos...

Dissipamos então todos os nossos prantos

E incendeio... Aqueço... Umedeço... Molho

Os seus mais escondidos recônditos labirintos

De onde se pode ver uma suave réstia de luz

Iluminando a penumbra do quarto escuro

Preenchidos vazios da melancolia... Da solidão

Possuímos-nos assim... Felizes... Intensos... Plenos

Num raro e belo espetáculo de mundanos prazeres

E lá do céu, em deslumbre, já ouço o perdão divino...

Desse nosso pecado virtuoso e sublime.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 13/07/2012
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