SEM RIMA 300.- ... serão 300 ...

Serão 300 poemas "sem rima",

se não erro na contagem. Portanto,

já posso impune evadir-me, ir-me

embora por algum tempo ou talvez

definitivamente.

Foi muito grato invadir

a vossa intimidade, recantistas; deixar-me invadir pelas vossas

criações, tão pungentes, tão diversas, tão convergentes,

serenas ou intensas peregrinadoras na divergência:

Confesso-me confuso perante vós,

porque, escrevendo, desfrutei

amargamente, acreditai;

mas lendo nem sempre

fruí o mel e o fel que nunca falta

na poesia, na criação literária em geral.

Confuso ou arrependido?

Talvez sejam esses os sentimentos

que agora de vez me invadem,

como sem dúvida sentirão as pessoas

que deram o voto a um partido

que se amostra pertinaz incumpridor

das promessas eleitorais,

tão mentireiras por hábito

e por costume em todas as democracias

que dizem avançadas...

Despido-me, despido de ornamentações

inúteis: Haja paz e esperança por anos e anos,

se os "mercados" no-las permitirem desfrutar. Amém.

(Entrementes amem, amemos intensamente:

só pelo amor somos humanos.)