VOLÚPIA
Enfim sinto de olhos fechados
Seus poros arrepiados
Seus beijos no canto da boca
Me deixando louca
Você tão menino
De mãos dadas comigo
Me convidando a atingir
A volúpia
Olho a cama fora de esquadro
Desangular pelo quarto
Vejo os fios dos teus cabelos
Aninhados em meus dedos
Sinto os músculos das minhas coxas
E os ossos do meu quadril
Meu lábio inferior
Doente de amor
Não quis nem tomar banho
Deixei o colchão encharcado de suor
P’ra ter seu cheiro em minha pele
Nem troquei os lençóis
Não quis nem pensar em dormir
Deixei de catar os travesseiros
Pra não acordar do sonho
Nem pus os pés no chão
P’ra não lembrar da tua idade
P’ra não esquecer o seu abraço
Acreditar que foi verdade
Que eu te tive em meus braços
(MMIV)