Cecília

Na nota da valsa, rompi o teu beijo

Sua pele, tão alva, entregue ao desejo

Meu corpo já nu, o seu espera, lascivo

Suado, molhado, revoltoso e impreciso

Nas suas curvas tatuo minha alma

Nos seus seios, dois lírios abertos

Duas taças cristalinas, emborcadas,

Num colo marmóreo e seleto

Sua vulva latente convida

Ao beijo, ao ósculo do seu mel

Da minha boca e da saliva

No passeio discreto da minha língua ambígua

A desfrutar do seu demasiado desejo

E meus olhos te despem

Meus dedos te marcam

O amor nos consome

A paixão nos perverte

Somos deuses sem nome

No Panteon do pecado

Ardemos dementes, somos seres alados

Amantes desgovernados

De um gostar quase doente.

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 23/02/2013
Código do texto: T4156328
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