A Valsa

A valsa toca o ardor do seu hálito

Sua boca perto da minha face avermelha

Meu coração inebriado palpita

Minha mão em sua cintura passeia mansa

E nos eflúvios dessa dança

Os versos que cintilam das notas

Nossos corpos se tocam, sem malícia

Sua pele crispada dispensa a carícia

Lânguidos e enamorados nos olhamos

Seus olhos, duas verdes esmeraldas.

Bálsamos perfumados apalpam minha alma gelada

E sua mão graciosa na minha espádua, aquieta-me a calma.

Os segredos que lhe conto ao ouvido

São sussurros saudosos de um tempo esquecido

E os violinos choram e gemem

E no salão nossas vidas vacilam, nossas almas temem.

A valsa excita e aquece nosso desejo

Sua tez rósea, pálida, revela-me o segredo,

Que em seu íntimo rumina

Seus seios se espantam, meus braços te apertam

E gelam nossos intentos

Na sala falam e falam e comem e bebem

Mal nos apercebem

Pouco importa, nós também não os percebemos.

Minha doce Cecília

Agora tão enlaçada em meu peito

Sua linda cabeça ornada

Descansa mansa em mim

E dançam, dançam as ninfas

Embalam com seus cantos,

O puro amor, e soam os sinos

E os anjos também cantam

Aprovados por Deus, agora estamos

E a valsa chega ao fim

E nos meus lábios entreabertos

Um beijo de virgem deixas para mim.

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 02/03/2013
Código do texto: T4168100
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