DEVANEIO AO VENTO

No sereno da madrugada,

uma andarilha sem rumo

tem como vestes a noite

e como companhia a lua.

Sente o desejo aproximar

ouvindo o uivar do vento

e num bruto soprar sua pele apalpar.

A boca se faz faminta do mel

e os olhos de ver o céu,

as mãos trêmulas afagam o nada

que encharcado pelo sereno da madrugada

faz da noite quase dia

e da lua uma sombra iluminada.

O vento agora tranquilo

começa a se distanciar,

e seu canto de longe

a andarilha vai ninar.

Lucia Liz
Enviado por Lucia Liz em 29/03/2013
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