Sinfonia

A poesia me escorre
Pelos cantos da boca,

Passeia pelas curvas
De um sorriso melancólico,

Estremeço a fala,
Perco o sentido da voz

Uma luz de prata,
De negra silhueta

Enfeita o som do
Noturno de Chopin,

Tua voz,
Entoa acordes sonoros
De serenatas,

Que abraçam, tímida
E apaixonadamente o luar

Mãos que brincam no escuro,
Afagam meu sentir.

Num tempo,
A paixão me embriaga,
Num caminho sem volta

Em meu ventre, vida nova
Fruto da tua poesia ...
... Mil estrelas a brilhar

Noite enluarada,
Última penumbra,
Teu olhar

Fonte do prazer
Apaixonado

És meu vício,
Sou tua mulher
Meus segredos desvendados

Última sinfonia
Teus acordes...teus versos

A noite atenta, traz um sonho
Lembro o gosto da tua boca

Um gemido melódico,
Ouço a última nota
De Chopin.