POEMAS PROFANOS

Enfim a poesia lhe traz de volta!

Tanto relutastes em aceitar,

Até emergir de ti uma revolta!

E novamente se entregar.

Vens com ávida saudade!

Queres compensar o tempo perdido,

Tua carne freme de vontade!

Tua boca já não sufoca o gemido.

Vem! entranha teus versos no meu!

Mata esta vontade tanta,

Escreva como nunca escreveu!

Arranca esse grito da garganta.

Vem! Em mim se entrelace!

Deixe a inspiração nos conduzir,

Assim gostoso me abrace!

Deixe a inspiração nos seduzir.

Que brote poemas profanos!

Na junção dos nossos versos sedentos,

Que jorremos juntos e insanos!

Êxtase em espasmos violentos.