DEUSA MOLHADA

Teu rosto era de uma deusa

Caída do olimpo numa tarde chuvosa

Um quadro de Goya

Os cabelos molhados

Eram as rédeas prontas para uma insana cavalgada

Teus lábios candentes e secos

Clamavam caricias e ardentes mordidas

Faiscavam raios dos olhos túmidos

O dorso alto e envergado

Tinha a curvatura da terra

Com seus precipícios perfeitos

E vales profundos

O alto das coxas roliças, que visão!

Ficava a porta do céu e da perdição

Por onde o homem entra e nunca mais

Consegue sair!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 18/04/2014
Código do texto: T4773463
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