NOITE, MÁSCARA DA ILUSÃO
Na noite ouço o gemer dos teus sonhos
Minhas mãos rasgam a vontade do teu corpo
Tua tez arrepiada de desejo, delírios duma alma faminta
Volúpia que o silêncio em ti pinta
Teu pensar calmo e confuso
Tua alma tímida e prazerosa
Teus lábios vermelhos com prosa
Teu florir e um botão rosa
O fogo sobe, o desejo consome o corpo e se explode
Os gemidos nem te acode
A noite deixaste feroz e rude
A ânsia nasce a cada instante
Uiva a loba extasiante
Pelas paredes sobe,
Gotas de suor aquecem sem pudor
Calor intenso, veneno de amor
Ilusão dos sentidos, queimor maligno
E as palavras entram e saem
A mente enlouquece
O clima aquece e o vulcão nem sequer adormece
Mantém acordado o ensejo
A paixão delira nos seus próprios beijos
O silêncio adentra-se nos gritos
E a poesia solta-se em versos famintos
(MERLIN MAGIKO)