Sobre as doçuras da vida

Negócio bom esse, as férias.

Dei um giro pelo bairro com minha filha, a caminho de um encontro com um amigo pra assinar alguns documentos (...)

Seguia ao destino, me deliciando com a vista enquanto devorava um Snickers. De longe o avistei. Assim que o encontrei, nos cumprimentamos e ofereci um pedaço do doce. Ele fez que não, e não hesitando, e sem força bruta, coloquei o chocolate em sua boca. Pela gentileza de meu ato, ele possuindo dois galhos de uma flor desconhecida para ambos, me presenteou com um.

Claro que aceitei o mimo. Afinal, os melhores presentes que recebi ou guardo na lembrança, vieram através de gestos como esse, para alguns considerados pequenos.

Nos despedimos e na volta para casa, em passos lentos, aproveitei a calmaria que o sol insistia a banhar meu corpo. Horas cheirando, horas girando o galho entre os dedos.

Nessa minha viagem, brincando com o presente que acabará de ganhar, não me dei conta que por todos aqueles que passei, transeuntes, motoristas, lojistas, deixei uma lembrança da doçura sensual esquecida - Uma mulher, caminhando, que displicentemente zombava do minimo; sem face, peito ou bunda. Apenas a doçura era transmitida, foi o que senti quando a flor caiu e me levantando notei entre os olhares que se dirigiam a mim em deliciosos suspiros.

Sandra Frietha
Enviado por Sandra Frietha em 13/06/2014
Reeditado em 08/02/2016
Código do texto: T4843613
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