Murmúrio
Aquece a minha alma na alvorada
Corpo trémulo, tenho medo desse instante do silêncio
Sozinho me encontro entre lençóis
Estou perdido na imensidão do vazio
No imaginário, os raios se excitam com os sóis
Sinto uma chama subir o meu corpo
Cresce um alvoroço, surgem sopros
Estou sozinho nessa hora
Chove uma onda de desejo agora
Já sinto hirto o meu mastro
Meu núcleo carregado de partículas
A ilusão me invadiu nesse instante
Momento louco, me sinto excitante
Num constante murmúrio
Grato por esta bela interacção poetisa HLuna
CINZAS
Sozinho entre os lençóis
nesta longa madrugada,
bate logo uma saudade
dos momentos em que nós,
deitados em almofadas,
(lembrar já é crueldade),
deixávamos fluir o amor,
em beijos os mais ardentes,
em ondas de fogo quente,
nunca, jamais, saciado.
Porque o amor vive o presente,
não se importa com o passado,
assim é que, agora, só,
vejo o tempo não tem dó,
leva tudo de roldão,
e o que, então, era paixão,
virou cinzas, virou pó.
10/08/2014
(Merlin Magiko)