..._Ode femínea..._
Quando o Eterno urdiu a letra femínea
Traduziu a silhueta nua em versos
Adornou os cabelos c´a lufada veludínea
Transformou o espírito em áureo anverso
Enfeitou o céu às pupilas rútilas
Maquiou em carmesim os suculentos lábios
Teceu notas d´ardor ao corpo em chamas
Inebriou à esmeraldina absíntica, dos grandes sábios
Tracejou o contorno das bulbosas ancas
Despiu a alma c´as cores do arco-íris
Desbancou os anjos nas superfícies planas
Doou o orbe gêmeo, essências símeis
Ah, mulher, felídea, femínea
És o calor qu´afaga nossas lamentações
Ah, senhora de nossas vidas
És a rosa púrpura, a fragrância das plantações
Exala de teu nectário o sumo do viver
Escala as paredes oblíquas sem desvanecer
Sibila ao mundo o tom magenta, o teu prazer
Enlouquece a virilidade deste meu saber
E assim, o Eterno verbalizou-te
Em uma centelha etérica e divinal
Em pálio, recebemos-te
Doce seiva, saboroso frutal